O meu Peru

Falar do Dakar é falar de aventuras, é falar de culturas, é falar de pessoas. O Dakar não é uma corrida em que todos os dias se vá dormir ao hotel: é uma viagem, a alta velocidade, mas com todas as condicionantes de uma viagem. E as pessoas, por tudo de positivo que isso traz, é uma delas.
Hoje não vou escrever deste Dakar, vou escrever de outro Dakar, o meu.
Há um ano e um mês atrás, andei eu pelo Peru: de Lima a Pilcopata, pelos Andes e pela Floresta Amazónica, com paragem obrigatória em Machu Picchu.
Eu e o Viana - um amigo que "conheci" lá e que sei que é para a vida -  montados nas Kawasaki KLR 650, atravessamos o país conhecendo as pessoas, a gastronomia, enchendo a Shad e o coração de recordações: até um lama eu trouxe!
O Juan, o cevice, os desfiladeiros, os cartazes das eleições que trouxe para o Ephemera, o mercado de Lima e Miraflores, a Jenny, a Mary Gaby. Tudo tem uma estória, algumas que até doi a barriga de tanto rir; coisas que ficam para sempre. 
Amanhã o Dakar, este que tem sido madrasto para todos, não só para os portugueses, deixa o Peru e segue para a Bolívia e a etapa termina em La Paz.
Uma etapa que deve ser lindíssima, no sentido Pacífico/ interior do continente sul americano, passando ao lado do lago Tititaca. Maior dificuldade: a altitude! Pilotos e motores deverão sofrer, num tirada que começa a 4.500 metros, sobe a  4.700 metros e desce até aos 3.800 metros para terminar nos 4.000. Não vai ser fácil, mas espero que todos passem bem.
Depois de amanhã o percurso será "conhecido" de anos anteriores e as dunas quebradas vão dar lugar a outros desertos e ao incrível Uyuni.
O Peru deixou-me saudades. Será que vai deixar saudades aos pilotos do Dakar?




Comentários