André Villas Boas

O desporto motorizado sempre teve um chavão associado que era algo para meninos ricos e rebeldes. Claro que é um desporto caro, especialmente para quem tem que investir sem o apoio de marcas e patrocinadores mas esse chavão tem, aos poucos e poucos, perdido força.
Antigamente era olhar para as listas de inscritos da F1 e dos ralis do mundial e víamos a monarquia europeia, a alta burguesia e os seus filhos transloucados e bastardos.
Hoje vemos gente que teve a oportunidade de singrar no desporto motorizado e agarrou-a com as duas mãos.
No entanto, há duas provas de elite mundial que continuam a ter o glamour de outrora e a cativar exlentes pilotos, atletas de outros desportos e endinheirados. Essas provas são o Dakar e as 24 Horas de Le Mans ( que eu nunca escondi o sonho de as fazer).
Para estas provas vêm pilotos oriundos de Hollywood, como Steve Mcqueen, Paul Newman ou Patrick Dempsey, os endinheirados da China e dos Emiratos,  atletas de outros desportos, como Fabien Barthez, Luc Alphand, Guerlain Chicherit, figuras do jet set internacional como David Hallyday, a realesa com Carolina Grimaldi Casiraghi e o seu marido, Stefano Casiraghi, entre muitos outros.
A última coqueluche de outros desportos a abraçar a aventura do Dakar é português e chama-se André Villas-Boas.
A sua carreira futebolística é por demais conhecida mas quem o conhece sabe que as motos e os automóveis correm-lhe nas veias, porventura ao mesmo tempo que a bola.
O seu tio, Pedro Villas-Boas, fundador do Clube Aventura, esteve no trio de portugueses que, com os UMM, participaram a primeira vez no Dakar. Chegou a patrocinar o Pedro Bianchi Prata e certamente outras coisas o ligam à grande aventura.
Não são pilotos, porque é que são importantes para a prova?
Segundo um amigo meu,  quando fizeram a análise ao DNA do Senna e do Schumacher, porventura os dois expoentes máximos de pilotos, não há lá nada que os distinga de todos os outros seres humanos. O que há é habilidade, capacidade de trabalho, superação, vontade de chegar onde mais ninguém chegou. E o André Villas Boas já demonstrou isso, com um programa de treinos - em Marrocos, físicos, com vários TT na Bélgica e em Portugal -  que chega a envergonhar alguns profissionais. Além disso foi buscar para co-piloto o Rubén Faria, piloto de primeira linha e que conseguiu o segundo lugar no Dakar de 2013,  atrás de Cyril Després. Está integrado numa das melhores equipas: a Toyota Overdrive, capaz de ombrear com a Peugeot e, a meu ver, uns furos acima da X Raid.
Ou seja, o facto de ter carreira no desporto motorizado ou não é secundário.
O importante para a prova e para o desporto em si, é a visibilidade que isso cria.
Experimentem Googlar "André Villas Boas Dakar" e vejam a quantidade de notícias que aparecem em TV´s e jornais de referência no mundo inteiro:  BBC, Daily Mail, Telegraph, New York Times, Sky, The Times e uma infindável colecção de publicações chinesas.
Todos ganhamos. Bem vindo André Villas Boas!

P.S.: parece que o Eddie Jordan está interessado na tua carreira. Se o velho irlandês estiver atrapalhado avisa que eu os meus pequeninos tratamos disso!!

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